* Deixe eu avisar antes que passe o tempo: Os assinantes ou leitores irregulares de Carta Capital poderão ter o desprazer de ler, na parte de cartas dos leitores, um comentário crítico meu sobre uma das matérias da mesma revista. É a revista que tem o Alckimin na capa.
* Uma das coisas que li hoje me causou uma reflexão interessante: Heródoto diferenciava o politeísmo grego do politeísmo indiano dizendo que neste último os deuses tinham forma humana e no outro natureza humana. Álvaro de Campos, Ricardo Reis, diziam, e eu passei a concordar que isso diferencia a Religiosidade Grega de todas as outras que já existiram. Para os gregos, os Deuses eram deuses sendo humanos (tendo inveja, traindo, amando), de forma que ser divino era ter natureza humana, falível. Já nas outras religiões, o humano se aproxima das divindades negando sua própria natureza, sendo não-humano, algo exageradamente bom, perfeito, ou, ao contrário, algo pretenciosamente imoral, mal.
Genial visto o quão, não mais a religião, mas as utopias humanitárias, sociais, nos afastam igualmente (e paradoxalmente?) dessa chamada natureza humana.
Misturando pensamentos de alguns filósofos, podemos dizer até que, com a dessacralização do mundo formou-se uma lacuna na mente das pessoas, facilmente preenchida por esses delírios humanitários e universalismos (materialismos tb) que tanto ferem o objetivismo absoluto dos sãos e o equilíbrio mental e corporal dos lúcidos a respeito da vida e da morte.
* Quebrando o gelo um pouco... Quer dizer, algo muito bom para amenizar essa reflexão dura sobre muitos dos preceitos que nós aprendemos a apoiar (não que eu queira isso sempre) é contar o diálogo entre um bêbado e uma senhora que eu presenciei:
- Olá senhora, como vai a família, sua filha , tudo bem?
- Tudo, tudo bem.
- Sua filha ainda está na Bahia,? porque a minha está;
- Não, minha filha é daqui mesmo.
- Ah, felicidades então pra você e para sua família. Eu tenho que ligar pra minha filha. Até mais.
- Até mais.
o diálogo, feito sem uma voz de bêbado, seria totalmente razoável. Vejam só como nossas mentes são perversas.
Sunday, July 02, 2006
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