Por sua causa, hoje ouço rádio diferentemente,
Presto atenção em cada palavra,
Pois antes achava dispensável prestar atenção nelas,
Já que cansava-me menos.
Mas hoje dou outro sentido,
E descubri que oito em cada dez canções
São de amor
São de um amor rasgado, chorado na calçada,
O que justifica o mau gosto musical
Por sua causa, estou mais suscetível aos acidentes de trânsito,
E quase sofri alguns, por sorte quase,
Enquanto ficava matutando você,
Pois nada demanda mais que lembrar de ti
E lembrar, de certo modo é viver de novo,
Só que com medo e dor,
Sem esquecer, porém, que é viver, ainda,
Por sua causa, tornei-me por vezes eufórico,
Sem qualquer motivo ou explicação
Por sua causa, passei a praguejar o tempo,
Pois ele tem demorado a passar, tedioso.
E não falo do tempo que fico parado no trânsito,
Ou do tempo que demoram os programas de rádio.
Praguejo outro tipo de tempo,
E eu espero, quase sem forças,
Aquilo que não sei se devo esperar,
Aliás, que sei que não deveria esperar,
E por isso odeio os relógios e os calendários,
Mas não tem conserto, eu não tenho mais jeito,
Eu antes preferia era não sentir nada, apenas flutuar no espaço,
E apenas fazer o que a vida me designasse.
Perdi, no entantom também essa vontade, e lentamente fui tolhido,
Por sua causa, essas gotas de chuva
formam um espelho em que me vejo
Ouço barulhos de meu inconsciente
Que gritam, maus olhados, desejos
Mas digo que apesar de tudo,
Meus dias, em si,
Têm continuado sempre iguais
(o poema não está pronto nem acho que esteja bom o suficiente, então não é nada definitivo, mas coloco aqui já)
Saturday, March 24, 2007
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1 comment:
Nossa, lindo, muito bom mesmo!
E acho que gostei especialmente desse porque é o que eu estou sentindo atualmente...
Não sei se vc o fez só pq deu vontade, ou vc imaginou essa situação, ou então pq vc está vivendo isso, mas é, com certeza, o que estou vivendo.
Bem legal mesmo.
Espero que com as alterações fique ainda melhor.
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