Podemos achar uma característica aqui ou ali que nos faça votar num ou noutro. Não menosprezem as nuances e as sutilezas de cada um, inexplicavelmente elas são essenciais, principalmente para o julgamento das pessoas. Agora, o importante é não acreditar na ilusão de que se um for eleito estaremos caindo nas trevas mortais da ignorância ou do neoliberalismo.
É muito comum, em diversos períodos da história, o homem aparecer com o discurso de que se "isso" acontecer vamos caminhar para a degeneração humana e da civilização. É irritante quando é mentira.
Este é um desses casos. Há muitíssima semelhança de propostas vagas, e as melhorias prometidas são sempre de natureza incremental. Eu me vejo assistindo uma luta de boxe que começa com a apresentação de Lula e Alckmin:
"De um lado, ele, Lula, antiga esperança do povo, pesando o suficiente para adquirir o futuro epíteto de bonachão e um lugar entre o segundo escalão dos estadistas brasileiros (e olhem que o primeiro não é lá essas coisas), que enfrentou diversos problemas com corrupção em seu governo e tem sido questionado junto com seu partido sobre sua integridade ética."
"Do outro Alckmin, "o genro que toda sogra queria ter", tem laços com a Opus Dei, o que faz todo mundo lembrar da sofrível leitura de Código Da Vince entre outras coisas, amparado pelo ideário e o discurso de rendição incondicional do neoliberalismo, e que chegou a ter o disparate de dizer no debate passado que "o novo conceito de ética na política era eficiência."
E eu da platéia, sem dinheiro e preocupado com o futuro, resolvo nem apostar em ninguém. Abaixo minha cabeça com os cotovelos apoiados nos joelhos e tento fechar os olhos para ver se sonho por cima do pesadelo, seguindo um pouco a idéia de Álvaro de Campos:
2 comments:
E foi uma luta de boxe.
Alckmin atacando o governo, com números que pareciam falsos, como os números que Lula usava para se defender.
Lula atacando um governo de 4 anos atrás, de que ninguém se lembra - e um mandato de Estado que não fala na além do que já se sabe.
E esse só foi o primeiro.
É...
Em quem votar?
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