Parto da pressuposição, uma pressuposição com bons motivos, de que há mistérios no mundo, de que há mistério no que e como as coisas acontecem na vida. Não que não seja uma ilusão acreditar nisso. Mas uma vida desmistificada, sem mistérios, é algo mais ilusório do que acreditar neles. Partindo daí, sempre começo a pensar n'algo de maior inutilidade para todos os outros, ou vocês que lêem isso, mas de extrema importância para mim. Penso qual é o maior dos mistérios, ou o mais significativo.
Diversos são os tipos: porque nossa vida aparentemente deve ter um sentido ou algum significado; depois por que passamos a acreditar nesse sentido ou a buscá-lo, ou imaginá-lo, dando a ele existência; e todas as outras coisas, como por que chegamos até onde estamos, como que somos o que somos, etc. Cada um tem escrita a sua lista de não explicáveis. É interessante ver que apenas o reconhecimento destas dúvidas já cria a dúvida em si, sem que ela seja necessária do ponto de vista lógico.
O maior deles, em minha opinião, é por que, sendo possível enxergar, ou deduzir o que acontecerá de ruim no futuro, um futuro não-desejável, nós continuamos em algumas vezes, a seguir este caminho, não por teimosia, por burrice, mas porque isto "deve ser feito". Aceitar o destino, em outras palavras. É certo que muitas das vezes, aliás, na maioria delas, nós lutamos contra ele, definitivamente, uma luta mortal, trágica. Em outros casos, esses os mais interessantes, reconhecemos nos destino terrível algo tão hipnotizante e misterioso, que vamos de encontro a ele.
Creio que seja além do principal, o mais belo mistério de todos, pois se percebe que o ser humano é ao mesmo tempo como os galhos de uma árvore, que não se sabe para onde vão crescer, e divino, pois nele há uma certeza pressuposta (num outro mundo) e, talvez voluntária, de para onde vão crescer. Essas duas coisas que fazem a vida seguir, tem feito seguir, e diante disso só resta a nossa perplexidade.
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Tuesday, August 07, 2007
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